Como acontece todos os anos, a internet está em polvorosa
nesta metade de novembro. O motivo não poderia ser outro que não a Black Friday, a
sexta-feira após o Dia de Ação de Graças norte-americano em que dezenas de
lojas fazem grandes promoções e vendem produtos muito desejados a preços
irresistíveis.
É claro que, com o
crescimento do comércio digital, a data tipicamente norte-americana ganhou
força também em outros países. Isso fez com que até mesmo empresas brasileiras
entrassem na onda das superofertas — e, consequentemente, atraiu consumidores
que até então não conheciam o “feriado”.
Porém, você sabe a origem da
data? Tudo bem que é muito legal comprar aquele eletrônico ou filme que você
tanto queria pela metade do preço, mas não faz mal para ninguém saber como essa
tradição nasceu e por que ela é tão popular. Então, que tal uma pequena aula de
História?
Um dos dias mais aguardados no ano por lojistas e
consumidores, a Black Friday teve origem nos Estados Unidos, mas hoje já é
adotada em vários países do mundo, como o Brasil.
Nos
Estados Unidos, o evento acontece tradicionalmente depois do feriado de Ação de
Graças, com filas a perder de vista. Todos os consumidores têm um único
objetivo: garimpar produtos com descontos que podem chegar a até 90% do preço
original.
Mas
quando surgiu a Black Friday? Por que o evento ganhou esse nome? Confira dez
curiosidades envolvendo um dos dias mais famosos do varejo.
1. O termo Black Friday se referia às crises das bolsas de
valores no século 19
Embora
esteja hoje associado ao maior dia de compras dos Estados Unidos, o termo Black
Friday (literalmente 'Sexta-Feira Negra' em inglês) se referia originalmente a
eventos muito diferentes.
"O
adjetivo negro foi usado durante muito séculos para retratar diversos tipos de
calamidades", afirma o linguista Benjamin Zimmer, editor-executivo do site
Vocabulary.com.
Nos
Estados Unidos, a primeira vez que o termo foi usado foi no dia 24 de setembro
de 1869, quando dois espectadores, Jay Gould e James Fisk, tentaram tomar o
mercado do ouro na Bolsa de Valores de Nova York.
Quando
o governo foi obrigado a intervir para corrigir a distorção ao elevar a oferta
da matéria-prima ao mercado, os preços caíram e muitos investidores perderam
grandes fortunas.
2. Os desfiles de Papai Noel foram um antecessor da Black Friday
Para
muitos americanos, o desfile do Dia de Ação de Graças, promovido pela loja de
departamentos Macy's, se tornou parte do ritual do feriado.
Mas
o evento, na verdade, foi inspirado nos vizinhos do norte. A loja de
departamentos canadense Eaton's realizou o primeiro desfile do Papai Noel em 2
de dezembro de 1905. Quando o Papai Noel aparecia ao final do desfile, era um
sinal de que a temporada de festas havia começado – e, por sua vez, a corrida
às compras. É claro que os consumidores eram incentivados a fazer compras na
Eaton's.
Lojas
de departamento, como a Macy's, inspiraram-se no desfile, e passaram a
patrocinar eventos semelhantes ao redor do país. Em 1924, por exemplo, Nova
York viu pela primeira vez um desfile da Macy's com animais do zoológico do
Central Park e totalmente organizado por funcionários da própria loja.
3. A data do Dia de Ação de Graças foi, indiretamente,
determinada pelos clientes
De
meados do século 19 ao início do século 20, em um costume iniciado pelo então
presidente americano Abraham Lincoln, o presidente declararia o "Dia de
Ação de Graças" na última quinta-feira de novembro. O dia poderia, assim,
cair na quarta ou quinta quinta-feira do mês.
Mas
em 1939, algo atípico aconteceu – a última quinta-feira foi coincidentemente o
último dia de novembro. Lojistas preocupados com o curto período de compras
para as festividades do final de ano enviaram uma petição a Franklin Roosevelt
(1882-1945) para declarar o início das festas uma semana mais cedo – o que foi
autorizado pelo então presidente americano.
Pelos
próximos três anos, o Dia de Ação de Graças foi apelidado de "Franksgiving"
(uma mistura de Franklin com Thanksgiving, como a data festiva é chamada em
inglês) e celebrado em dias diferentes ─ e em diferentes partes do país.
Finalmente,
no final de 1941, uma resolução conjunta do Congresso solucionou o problema.
Dali em diante, o Dia de Ação de Graças seria comemorado na quarta quinta-feira
de novembro, garantindo uma semana extra de compras até o Natal.
4. A síndrome da sexta-feira após o Dia de Ação de Graças
Segundo
Bonnie Taylor-Blake, pesquisador da Universidade da Carolina do Norte, a
Factory Management and Maintenance – uma newsletter do mercado de trabalho –
reivindica a autoria do uso do termo associado ao período das festas.
Em
1951, uma circular chamou atenção para a incidência de profissionais doentes
naquele dia.
"A
síndrome da sexta-feira após o Dia de Ação de Graças é uma doença cujos efeitos
adversos só são superados pelos da peste bubônica. Pelo menos é assim que se
sentem aqueles que têm de trabalhar quando chega a Black Friday. A loja ou
estabelecimento pode ficar meio vazio e todo ausente estava doente – e pode
provar", dizia a circular.
5. Big Friday?
O
termo ganhou popularidade pela primeira vez na Filadélfia. Policiais frustrados
pelo trânsito causado pelos consumidores naquele dia começaram a se referir
dessa forma à Black Friday.
Os
lojistas evidentemente não gostaram de ser associados ao tráfego e à poluição.
Eles, então, decidiram repaginar o termo "Big Friday", segundo um
jornal local de 1961.
É
claro que a invenção não "pegou".
6. Com o tempo, Black Friday passou a significar 'voltar ao
azul' (do inglês going back to black)
Os
lojistas conseguiram, no entanto, dar uma interpretação positiva ao termo ao
dizer que ele se referia ao momento em que os estabelecimentos retornavam ao
azul, ou seja, voltavam a ter lucro. No entanto, não há provas de que isso
teria realmente acontecido.
É
verdade, por outro lado, que o período de festas corresponde à maior parte dos
gastos de consumo do ano.
No
ano passado, estima-se que os consumidores tenham gastado mais de US$ 59
bilhões na Black Friday, segundo a federação nacional do varejo dos EUA
(National Retail Federation, ou NRF, na sigla em inglês). Mas quanto dessas
receitas realmente se torna lucro não está claro, dado que os lojistas costumam
trabalham com margens mais apertadas, oferecendo grandes descontos.
7. Black Friday não se tornou referência nacional até a década
de 90
O
termo Black Friday permaneceu restrito à Filadélfia por um tempo surpreendentemente
longo. "Você podia vê-lo sendo usado de maneira moderada em Trenton, Nova
Jersey, mas não ultrapassou as fronteiras da Filadélfia até os anos 80",
disse Zimmer.
"O
termo só se espalhou a partir de meados dos anos 90".
8. Black Friday se tornou o maior dia de compras do ano em 2001
Embora
a Black Friday seja considerada o maior dia de compras do ano, a data não
ganhou essa designação consistentemente até os anos 2000.
Isso
porque, por muitos anos, a regra não era que os americanos adoravam uma liquidação,
mas adoravam procrastinar. Ou seja, até tal ponto, era no sábado – e não na
sexta-feira – que as carteiras ficavam mais vazias.
9. Black Friday ganhou o mundo
Por
muito tempo, os la?ojistas canadenses morriam de inveja de seus colegas
americanos, especialmente quando seus clientes fiéis colocavam o pé na estrada
rumo ao sul em busca de boas compras. Mas agora eles passaram a oferecer as
suas próprias liquidações – apesar de o Dia de Ação de Graças no Canadá
acontecer um mês antes.
No
México, a Black Friday ganhou novo nome – 'El Buen Fin', ou "Bom fim de
semana". A comemoração é associada ao aniversário da revolução de 1910 no
México, que às vezes cai na mesma data que o Dia de Ação de Graças nos Estados
Unidos. Como o próprio nome sugere, o evento dura o fim de semana inteiro.
No
Brasil, onde o feriado de Ação de Graças não existe, a data passou a ser
incluída no calendário comercial do país quando lojistas perceberam o potencial
de vendas do dia.
10. Black Friday está em vias de extinção?
O
Wal-Mart, o maior varejista do mundo, quebrou a tradição do Black Friday em
2011, quando abriu sua loja a clientes na noite do feriado de Ação de Graças.
Desde então, lojistas por todos os Estados Unidos estão de olhos nos cerca de
33 milhões de americanos ávidos por fazer compras após se deliciar com
generosas fatias de peru.
Mas
não se preocupe – os lojistas também já inventaram um nome para batizar o dia
adicional de compras: "Quinta-feira cinza".
Fonte:
BBC Brasil
E você já preparou a sua empresa para essa data? Pode ser uma grande oportunidade para atrair novos clientes. Coloque alguns produtos em potencial com promoções atraentes e aproveite os bons negócios.